Porque toda mãe, acima de tudo, é mulher, tem sentimentos, medos, angústias, paixões, sonhos, frustrações, metas, desejos, vontades e precisa pensar e cuidar de si mesma um pouquinho.

sábado, 6 de setembro de 2025

O que esta acontecendo comigo?

 Há duas formas de interpretar essa frase: O que esta acontecendo comigo? - ou mais de duas? Nao sei! Mas imaginei duas ao pensar e escrever. Uma opção seria uma cara de susto, tipo tem algo assustador acontecendo comigo, nao sei de onde veio e pra onde vai levar, da um pouco de medo, é novo, nao sei como deixei acontecer e como vou fazer parar. Outra forma seria num tom mais calmo, mas meio que anunciando que algo ja aconteceu e ninguém sabe e agora me sinto pronta para contar, tipo uma explicação, uma justificativa, ou um anuncio de algo inesperado ou ate assustador.

Porem, contudo, todavia, nao foi nenhuma dessas opções que me vieram em mente. Minha frase é realmente me perguntando a mim mesma o que esta acontecendo, o que esta mudando, o que tenho feito, estou intrigada com mudanças - será a crise dos 40 vindo em minha direção? Ou sera, finalmente, o grande  despertar dessa mãe? 

Na real, sao mais de 10 anos em busca de repostas, de interpretações, de entendimento, de autoconhecimento - e uma das coisas que eu descobri que adoro escrever e listar sinônimos em lista, esticar uma frase e alonga-la o máximo que eu puder. Sao mais de 10 anos tentando entender os meus sentimentos, onde guardei partes de mim que sinto falta, como fazer para me recuperar/reencontrar e sem deixar que essa busca afete quem esta ao meu redor. E foram longos anos tentando de todos os jeitos. Foram anos doidos, anos sim de descobertas, pequenas descobertas e pistas que foram me guiando. Cheguei ja onde queria? Ainda nao. Mas cada vez parece que estou mais perto.

Meu corpo aprendeu a viver em modo sobrevivência durante esse processo, e aprendeu a gritar por socorro quando ficava mais intenso, mais difícil, mais pesado, me fazendo parar. Eu, teimosa, nem sempre obedeci, nem sempre dei voz para o meu corpo e o prejuízo foi se acumulando. A necessidade de ser forte, de aguentar e suportar o caminho, trouxeram transformações que parecem hoje permanentes em meu corpo. Eu nao aceito, nunca aceitei ser de um jeito que nao me representa de verdade. Mas ao mesmo tempo nunca senti que tinha forças o suficiente para lutar contra, sempre foi mais forte do que eu, e o ciclo se repetindo de eu tentando ser mais forte e parece que o que estava contra também ia ficando mais forte e entramos numa guerra de destruição. E a destruição se tornou, alem de física, emocional. Uma guerra dentro de mim, como se fosse o bem contra o mal, descontrolados, querendo parecer mais fortes, mais certos, mais convenientes, mas sábios. Uma luta tao equilibrada que nunca se chegava a um vencedor, apenas sofrimento e desgaste para os dois lados, nunca uma vitoria, nem de um nem de outro. 

A luta cansa. Mas desistir nunca foi uma opção. Nao era possível que nunca se chegasse ao fim da loucura, da discussão, da busca, da prova, da guerra. E seguimos buscando e tentando ajuda de todas as maneiras. Terapias e tratamentos de todos os tipos. E a vida acontecendo ao mesmo tempo, filhos vindo e crescendo, marido seguindo sua carreira e contando com meu apoio e suporte, família, igreja, amigos, sociedade, mundo, caminhando junto e separado, sendo companhia e distração e ao mesmo tempo sendo a cobrança de que algo precisava despertar, acontecer, melhorar, evoluir e crescer. 

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