Porque toda mãe, acima de tudo, é mulher, tem sentimentos, medos, angústias, paixões, sonhos, frustrações, metas, desejos, vontades e precisa pensar e cuidar de si mesma um pouquinho.

quinta-feira, 12 de maio de 2022

Gratidão por mais um dia

 Esse nao é meu horário normal de ainda estar acordada e ativa, mas estou tão cheia de gratidão que resolvi dar uma passadinha aqui.

Hoje foi um dia atipico. Acordei diferente, pensando, preocupada. Logo que sai pela manhã senti que devia me desviar do meu caminho habitual e fazer coisas diferentes. Voltei pra casa e tava pensando muito em uma amiga, um pensamento assim de preocupação. Mandei mensagem pra checar se estava tudo bem e se eu podia ajudar em algo e eis que logo recebo a resposta de que as coisas estavam um pouco difíceis hoje com 3 crianças dando mais trabalho que de costume, dois doentes e um que tinha feito xixi na cama. Ofereci para levar almoço pra ela e assim seria uma coisa a menos pra ela se preocupar. Pensei que meu dia estava tranquilo e eu teria tempo de sobra na minha manhã para preparar uma refeição bem gostoso e completa pra minha família e pra dela. Eu estava feliz e animada em poder ajudar.

Eis que então meu telefone toca, uma emergencia me chamando, precisei sair correndo. Nada com as crianças, era minha mãe, emergencia medica. Ela caiu na rua e precisava tirar raio x da mão. No fim, deu tudo certo, foi atendida, medicada e diagnosticada, nada muito grave. Mas e o almoço da amiga que eu tinha prometido. Fiquei fervilhando de pensar e tentando ter uma ideia. Nao queria mandar uma marmita. Tive a genial ideia de fazer algo mais simples, uma macarronada. Melhor do que nada, neh? Enquanto minha mãe ficou sendo atendida no medico, corri em casa e preparei tudo. Deu certo. Consegui entregar, buscar minha mãe e ainda chegar na escola a tempo de pegar as criancas sem atraso.

Voltei pra casa, coloquei minha mãe pra descansar e preparei uma refeição rápida para nós e as criancas. Rápida mas gostosa, que todos comeram bem. Ajeitei tudo e só correria, porque hoje é dia que as criancas tem aulas extras de natação, karatê e ginastica rítmica e eu me jogo com eles pra lá por varias horas e voltamos bem a noite ja na hora de dormir.

A noite, cheguei em casa e tava muito frio. E eu que ja estava pensando desde a tarde por varias coisas boas de hoje, acrescentei ainda mais muitas coisas na minha lista de gratidão hoje. E como é gostoso chegar ao final de um dia agitado, fora do normal, mas com o coração quentinho e grato por eu estar em paz, por tudo estar bem, por estarmos em casa seguros, quentinhos, por termos sido protegidos, por eu ter sido guiada a fazer o certo e o bem. Eu gosto de fechar a casa a noite e sentir que estou fechando nao só portão e a porta, mas eu visualizo que estou me trancando, me fechando, me protegendo, o mal fica lá fora, aqui nao entra o que nao precisamos. Aqui dentro estou eu e minha família protegidos, quentinhos, unidos, nada nos falta. Tem coisa melhor do que esse sentimento?

Hoje só quero tomar meu banho quentinho, deitar na minha cama gostosa e dormir tranquila. Uma noite em paz com a vida, em paz comigo mesma. E com a esperança de amanha ter um dia mais calmo, e ao mesmo tempo confiando que o dia de amanha me espera com o que eu preciso.

Gratidão. Gratidão. Gratidão. 🙏🙏🙏

segunda-feira, 9 de maio de 2022

Quem cuida da mãe?

 E ai, quem cuida da mãe?


Essa é uma questão muito interessante. A mãe diante da criança é "a grande", é quem cuida, protege. A criança nunca pode se sentir responsável por cuidar da mãe, porque senão ela ocupa um lugar que não é o dela. E quando isso acontece tudo fica confuso, até a mãe se perde em seu papel.

E como conserta? Colocando cada um no seu lugar.

Quem cuida da mãe? Deveria ser a mãe da mãe. E quando não há? Ela mesma se cuida.

Ninguém é responsável por cuidar da mãe, apenas a mãe dela. 

Ah, mas e o pai? O pai é pai da criança, não da mãe. Da mãe ele é marido, companheiro, parceiro. Mesmo se o relacionamento acaba entre o pai e a mãe, a parceria diante da criança deve continuar. Eles são iguais. Não existe um grande e um pequeno, um que cuida, um que é responsável pelo outro. Ambos se apoiam, se cuidam, se protegem, se apoiam. Pai é apoio de mãe. Apoio é diferente ser responsável por cuidar e suprir todas as áreas da mãe. A mãe cuida dela mesma. O pai é apoio apenas, esta ali do lado, as vezes até suprindo o necessário para aquela mãe viver a maternidade, mas não é sua responsabilidade suprir emocionalmente 100% aquela mãe. Se ela não consegue, precisa de ajuda sim, mas não só do pai.

E então eu levanto outra questão: quando a criança se coloca no papel de mãe da mãe, sem querer, sem saber, caiu ali e ficou. E cresceu e teve filhos. Nunca teve mãe que cuidasse, procurou em todos os relacionamentos alguém que lhe cuidasse, que suprisse aquilo que ela não tinha. E não tinha por que? Porque a mãe não deu, estava apenas recebendo, e ainda colocou na criança essa responsabilidade. E essa criança que agora é mãe de seus próprios filhos, percebe que não tem muito o que oferecer, sente que não sabe exatamente como ser mãe, afinal ser mãe de adulto criado é bem diferente de ser mãe de criança. E além disso, uma mãe que nunca recebeu, vai ter o que pra oferecer? Ela acaba por oferecer tudo o que lhe resta, afinal, seus filhos são o que há de mais importante. Mas, o tudo é pouco, eles precisam mais, não é suficiente. Essa mãe então precisa ser, mais do que nunca, mãe de si mesma. Precisa olhar pra dentro, se organizar internamente, se cuidar, se amar, suprir sozinha suas necessidades, para por fim ter o que oferecer aos seus filhos.

E os dias passam tão rápido, é tudo tão corrido, o tempo parece tão curto. Essa mãe não da conta. Na verdade ela até dá conta, mas fica sempre faltando alguma coisa, algo fica incompleto, inacabado, pendurado para fazer depois, ou até mesmo esquecido. Parece que muita coisa sempre esta sendo adiada, empurrada com a barriga. E o problema continua ali, no meio, como um elefante na sala que ninguém quer cutucar e empurrar pra fora. Acaba ficando cômodo, confortável, mesmo que apertado. E a vida vai passando.

sábado, 7 de maio de 2022

Escolhi EU

 Véspera de Dia das Mães, nada melhor do que escrever um pouquinho.

Estava aqui pensando sobre o meu processo de cura e resolvi compartilhar.

Todos nós precisamos de cura emocional, todos nós temos algo em nosso subconsciente que atrapalha um pouco nossa vida, o nosso consciente. Não é possível que exista um ser humano que tenha somente  memórias de uma vida e infância perferitas, que tenha tido uma criação sem erros, sem traumas, sem nada de errado. Isso não existe. Nem mesmo quem trilha o caminho do autoconhecimento e descobre como fazer certo com os filhos, nem assim consegue acertar em todas as coisas. Erraram conosco e nós vamos continuar errando, e nossos filhos também errarão com seus filhos. E todas as tentativas são sempre com a intenção de acertar, e ta tudo bem, tudo certo. Ninguém é perfeito e nem tem que ser. O que não é essa vida senão um eterno aprendizado. Os tempos mudam, as crianças mudam, a criação muda, e sempre vai ter algo a ser corrigido. Enfim....

Voltando ao que eu queria falar.

Por que eu comecei a buscar cura?

Porque um belo dia eu percebi que precisava dar mais pro filho, e eu não tinha mais. Eu precisava de mais espaço dentro de mim para a maternidade como um todo, e não tinha. Tinha bagunça, tinha falta de conhecimento sobre ser mãe...ou talvez esse nem seja o jeito certo de falar, porque conhecimento a gente corre atras, hoje tem a internet com tudo. Não era bem isso. Eu não tinha muito parâmetro de maternidade pros dias de hoje, pro meu filho, eu não tinha um norte, sei la. Faltava algo. Emocionalmente eu não estava disponível para ele. E nesse processo veio a depressão, o pânico e meio que uma loucura junto. Nas minhas piores crises eu pensava o que estava fazendo aqui, como Deus tinha me concedido filhos se eu não tinha condições nenhuma de ama-los e cria-los, e atender suas necessidades emocionais. Então, vamos buscar a cura, porque esses pensamentos não são normais e certos de se ter, especialmente quando vc tem seres pequenos que dependem de você. Bora ser saudável e parar de loucuras! Então eu comecei a minha caminhada. Não tinha ideia nenhuma de qual caminho me levaria para algum ligar diferente de onde eu estava, mas eu precisava começar, dar um passo em qualquer direção e depois descobrir se era a direção certa. Na verdade, o primeiro passo foi a negação, por um tempo eu tentei me convencer de que eu não tinha nada e que eu podia sair sozinha, so prestar atenção. Lembro ate que naquele ano eu comecei com uma meta de ter muito foco nos meus filhos, de ignorar todo o resto e prestar atenção em suas necessidades. Mas foi tão difícil, porque parecia que quanto mais eu tentava, mas eu caia e focava em mim mesma, mais o alvo virava pra mim, mais eu ficava doente, mas eu me sentia vitima das situações, mais eu precisava chamar a atenção, etc.

Demorou muito para eu entender que o negocio era mais serio, e que sozinha não tinha como eu sair do buraco, que ficava cada vez mais embaixo. Hoje quando lembro desse tempo...eu nem gosto de lembrar. A primeira ajuda que eu encontrei foi na homeopatia. E valeu a pena. Foi lento, depois de um tempo começou a me levar pra outro lado que não gostei e parei, mas o principio valeu muito por dois motivos: primeiro que minhas bolinhas homeopáticas manipuladas era de uma substancia que tinha uma lenda por trás do nome e ao pesquisar sobre eu descobri um artigo (em inglês) de 19 paginas que me descreviam. Fiquei chocada, mas certa de que estava no caminho certo. Segundo porque foi na mesma época que minhas crises de vesícula se intensificaram e eu precisava entende-las, e meu homeopata me convenceu de que era emocional, e que eu precisava me curar antes de remover a vesícula. Pois bem, em seguida, um soma de perdas intensificou muito as minhas crises de depressão e pânico e decidi procurar ajuda de psiquiatra e remédios. Os remédios me deixaram muito grogue por um mês, e quando tive a esperança de que ia começar a fazer melhores efeitos depois de quase um mês de uso, descobri que estava gravida e tive que parar com tudo. Hoje sou grata por isso, pela minha filha que veio, e por ter parado com o remedio que não era pra mim. A caminhada foi longa ate chegar em como estou hoje, sem remédios e sem crises de pânico. Teve microfisioterapia, nova medicina germânica, constelação familiar, livros, busca por autoconhecimento, cursos e hipnose.

Tudo isso pra chegar no ponto em que eu estava pensando agora pouco. A cura é um processo. Eu não estou curada. Apesar de não precisar de remedio e de não estar fazendo terapia regularmente, o processo ainda esta acontecendo, eu preciso estar me policiando constantemente e observando tudo o que sinto, como eu reajo, como eu lido, o que me afeta e tudo mais. É cansativo, exaustivo as vezes, mas muito necessário para não regredir. E hoje, nesse dias das Maes, eu resolvi fazer algumas escolhas diferentes, algumas renuncias, e me colocar numa posição diferente. Eu resolvi fazer diferente, olhar mais pra mim, pra dentro, aceitar e atender os meus desejos, acreditar que eu mereço, que eu tenho valor, que eu sou boa, que eu sou MÃE também e mais que isso...dar isso de presente para os meus filhos: a mãe deles se cuidando, se amando, se preocupando e se colocando em prioridade. É o meu dia das Maes em que eu mesma resolvi me presentear. E o meu presente que eu me dou é não querer resolver tudo, é deixar que outras pessoas também resolvam, é fazer o bolo gostoso que me deu vontade de comer, é andar na frente e não atras como de costume, é comer pizza no cafe da manha e sorvete no almoço, é olhar no espelho e me aprovar, é me expressar sem medo do que vão pensar, é andar de cabeça erguida sem me preocupar se tem alguém me olhando e o que estão pensando, é andar confiante e de bem comigo mesma, é dizer não quando não quero, e dizer muito sim para o que eu quero.

E que esse seja um exercício que eu comece a praticar mais. E que vc, mãe, que esta ai do outro lado, tente fazer também!!!

domingo, 27 de fevereiro de 2022

Você sabe da força que tem?

(Post escrito em 2017 e que por algum motivo ficou apenas salvo como rascunho)

Eu te pergunto e gostaria que você realmente pensasse sobre isso: Você sabe a força que tem? Você sabe do que você é capaz de enfrentar, aguentar e vencer?

Há um tempo atrás eu escrevi um post falando sobre mulheres fortes, mulheres guerreiras (clique aqui), o quanto admiro as mulheres assim e como eu gostaria de ser como elas. E como a gente aprende e adquire essa força, essa coragem de encarar a vida, os problemas, os fracassos?

Hoje me olho no espelho e vejo uma mulher muito mais forte do que quando eu comecei a escrever esse blog e comecei a falar sobre o despertar de uma mãe. O despertar me ensinou a buscar uma força que eu não sabia que tinha. Eu aprendi como me fortalecer diante das coisas mais difíceis.
Pode ate parecer meio clichê, afinal todo mundo vai ficando mais forte com o passar dos anos, não tem como passar pela vida sem aprender, sem crescer, sem ficar um pouco calejado com algumas coisas. Mas é tao bom quando você se vê numa situação e você encara de uma forma bem diferente de como encararia antes, porque você aguenta mais, você sabe que vai passar, você sabe mais como lidar, inclusive com você mesma.

De onde vem a nossa forca? Vem primeiro do querer ser forte. A gente não pode ser uma coisa que não quer. E então eh preciso começar a praticar.  Ninguém se torna uma fortaleza de uma dia para o outro, eh preciso muito exercício e esforço e focar na meta.

O mais importante eh tentar não reclamar. Eh difícil, principalmente para nós mulheres, que reclamamos sem nem perceber muitas vezes. Reclamar eh tao básico para nós. Mas quando a gente se policia nesse aspecto e passa a ver a vida com outros olhos, sendo mais positiva ao invés de reclamar, nossa força aumenta.

E isso vale para todos os aspectos de nossa vida. Mas, se você achar muito difícil va devagar, mude um pouco cada vez. Se reclamar do marido, tente olhar mais para suas qualidades. Se reclamar da família, se esforce para ver o que cada um tem de bom, lembre dos bons momentos que ja tiveram juntos, tente resgatar as coisas boas. Se reclamar dos filhos, das crianças, do cansaço e da falta de tempo por causa deles, tente pensar que é uma fase e que logo passa, logo eles crescem e logo não estarão mais em casa.

Sim, voce pode! Voce tem uma forca extraordinária aí dentro, você so precisa encontrá-la e exercita-la.
Tem dias que a gente perde um pouco a forca, eh normal algumas situações nos tirarem do eixo, do equilíbrio. Mas nunca eh tarde demais para se recuperar e se fortalecer novamente.

Agora é hora de fazer uma lista das coisas que você quer pra sua vida, onde quer chegar, quem deseja se tornar, e começar a fazer a mudanças necessárias. No começo, vai parecer que você nunca vai conseguir, eh incrível como tenta nos convencer disso. Eh tao difícil! Você vai se sentir sozinha, perdida, sem rumo. Mas, eh como li uma frase esses dias que dizia que uma flecha tem q ir para trás para pegar impulso, ate acertar o centro do alvo. E como estamos começando, não vamos acertar o alvo de primeira, eh muito difícil, precisamos treinar, e a cada nova flecha, um passo para trás para pegar impulso, ate conseguirmos!

Tudo é possível para quem acredita, busca, sonha e faz acontecer!
Vamos lá meninas, firmes e fortes, guerreiras e poderosas! O céu é o limite para nós!!

*Meu filho adora o Hulk. Hoje ele ate anda mais calmo com essa febre, mas teve uma época que ele encarnava o Hulk e não tinha quem segurasse. Ate me desafiava na hora de obedecer dizendo que era o Hulk e me enfrentava. Ele tirava uma forca não sei de onde. Eu ja estava ficando desesperada, não sabia como tirar isso dele, pois bem não tava fazendo. Ate que eu tive uma ideia, quando ele me disse de novo que era o Hulk e não ia obedecer, eu disse que eu era a Mãe do Hulk. Ele me olhou assustado. A partir daquele dia comecei a incentiva-lo a controlar o Hulk dentro dele, afinal o Hulk "de verdade" faz isso. Mas o ponto que eu queria chegar é que todas nós podemos ser mães de Hulks, Batmans, Homens-Aranha, etc, podemos ser Mulheres Maravilha. Somos as heroínas de nossos filhos, de nosso lar, de nossa geração, de nosso tempo!

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2022

O presente é um presente

 É um clichê, todo mundo já sabe, ouve a toda hora: viva o presente!

Mas o que isso realmente significa?

Eu achava que vivia meus presentes diariamente. Quando descobri que não, foi um grande choque de realidade.

E como mudar a atitude? Como viver o que eu ja achava que vivia? 

Primeiro foi preciso me livrar da teimosia de que eu sabia o que estava fazendo, quando na verdade estava mesmo fazendo errado.

Bom, quando a gente não vive exatamente no presente, tem algumas razões: ou vivemos no passado, ou vivemos no futuro, ou vivemos no passado e no futuro. Em todas essas situações o presente é o mais distante. Entra dia, sai dia, muda a semana, o mês, o ano, e a gente está sempre no ontem ou no amanha e nunca no hoje. Se você vive assim, tem alguma coisa muito errada. E acredite, eu sei do que estou falando e tem conserto sim!

Como tudo na vida, a teoria é uma maravilha, mas a prática é bem mais difícil. Eu precisei de ajuda de terapia, de olhar pra dentro, e de querer mesmo viver mais presente nos meus dias, tanto pra mim quanto pra quem vive comigo, principalmente meus filhos. A mudança foi gradual e nítida. Meus dias passaram a ser melhor preenchidos e muito mais vividos. Quando estou presente no presente sou mais divertida, mais organizada, menos procrastinadora e parece que a vida flui mais leve.

Como é que se vive no passado? Vivendo só de memórias, de saudade, lembrando coisas que já passaram, querendo voltar no tempo e fazer diferente, ficar querendo entender situações vividas que não pudemos controlar, ficar querendo entender a nossa história ou o que fizeram para nós. A gente pode sim lembrar do passado, mas não precisa fazer isso o tempo todo, gastar tanto tempo com isso, e perder o agora, o presente. Quem é que gosta de perder um presente tão lindo e precioso? Ninguém pode mudar o ontem. Já foi, já passou. Aceita e olha para o hoje. 

E como é que se vive no futuro? A tal da ansiedade, de querer acelerar o tempo, de fazer tudo acontecer logo, de fazer mil planos e inventar milhares de condições, de fazer listas imensas de coisas para se realizar num dia que pode ser que nunca chegue, porque nunca é para hoje, é sempre para amanhã. E fica aquela ansiedade do amanhã chegar, e não se vive o hoje, não se consegue reparar no agora, no aqui, no presente.

Tenho 2 exemplos meus que ajudam a entender melhor.

Todo ano fazemos aniversário, aniversário de casamento, aniversário dos filhos, etc e tal.

Esse ano farei 35 anos. Hoje que eu vivo mais no presente, estou bem com a minha idade, não lamento ter passado tanto tempo e também não anseio pelos anos que ainda virão. Mas se fosse antes, quando chegasse o dia exato do meu aniversário, eu não estaria lá, eu estaria lembrando aniversários passados que foram bons e querendo repetir, ou estaria pensando em anos pra frente em fazendo planos impossíveis para determinadas idades que ainda estão mais longe de chegar. Entende?

Outro exemplo: esse ano fizemos 12 anos de casados, eu e o Leo. E foi a nossa melhor comemoração, a primeira vez que eu estava ali, presente 100% do tempo, de corpo e alma, sentindo o momento, sentindo a alegria e a gratidão por nossa jornada até aqui, por nossas conquistas, mas sem ficar lembrando de cada episódio da nossa história, e sem ficar fazendo planos mirabolantes para o futuro, afinal, quando estamos no presente, nada mais nos preocupa, além de viver o agora. Foi uma noite memorável, deliciosa e vamos recordar sim, mas sem parar o presente para reviver o passado. Outra coisa que foi diferente esse ano, que ao estar ali presente, não puxei nada que passou como costumava fazer, e isso acabava até gerando desconforto e muitas vezes nossas comemorações terminavam em brigas, discussões, e nós dois brabos ou chateados um com o outro. Dessa vez curtimos do início ao fim e foi perfeito. E eu percebi que não importa o que se faça para comemorar, se é uma grande festa, uma viagem, um jantar ou apenas um filme no sofá, é nossa atitude que faz o momento ser agradável ou não.


Enfim, eu tenho tido dias muito melhores.

Já faz anos que sigo a minha própria filosofia de "fazer uma coisa de cada vez", e parece que era um lembrete pra mim mesma que eu nunca entendi e consegui realmente praticar, mas estava ali me martelando sempre, até que finalmente entrou em prática e agora eu vivo um momento de cada vez. É ótimo para mentes ansiosas poder viver essa prática. Quando a ansiedade começa a querer dominar, eu puxo o meu mantra "está tudo bem, vai dar tudo certo, vai ficar tudo bem", e no fim tudo passa, tudo dá certo, tudo fica bem, de um jeito ou de outro, com ansiedade ou sem ansiedade, com estresse ou sem estresse.

Esse começo de ano trouxe alguns desafios interessantes...o início das aulas escolares e agora meus 3 filhos indo pra escola e ter que dar conta de tudo, providenciar tudo para os 3: uniforme, tênis, mochila, material, e todo dia prepara os 3. E eu ansiosa ja começo a ficar louca e cansada só de pensar. Mas a eu que agora vive o presente, para e pensa e resolve uma coisa de cada vez, com calma, com planejamento e dá tudo certo. Temos menos gritaria na hora de sair, conseguimos sair mais cedo e sem atrasos e raramente algo é esquecido que precisamos voltar. 

É muito bom me sentir viva dessa forma, aproveitar melhor os dias, a vida! Planejar menos e executar mais. Não deixar para amanhã o que eu preciso viver hoje, porque amanhã já serão outras aguas nesse rio, a correnteza corre depressa, a infância dos meus filhos não espera eu me consertar para enxergar eles crescendo, meu corpo não tem condições de esperar eu me tornar mais saudável para então me cobrar a conta, e assim por diante, use a imaginação para completar a longa lista dos prejuízos de não se viver no presente.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2022

2022 começou

 E eu já comecei o ano não lembrando da senha de acesso a este lindo blog. Não lembrava nem o email. 

Mas agora estou pronta para dizer que o ano já começou e eu passei aqui para tirar um pouco a poeira e escrever um pouquinho.

Acho q faz anos q não escrevo, que não paro, que não respiro.

E não vou nem dizer que agora vou começar a fazer isso com mais frequência porque estaria mentindo, mas que eu tenho sim muita vontade de reativar as postagens aqui, isso eu tenho. Quase todos os dias eu penso em um tema de post e escrevo na minha cabeça, mas quando eu realmente acabo tendo tempo, eu ja nem lembro sobre o que era. 

Sim, essa sou eu, o mesmo estilo de escrever. Só um pouco mais sábia, mais doída, mais calejada. Mas, a essência, os sonhos, e mais algumas coisinhas que se olhar bem, ainda são as mesmas. Também posso dizer que sou mais vivida, mais curada, mais madura...e vou pensar em mais o que para aumentar essa lista. Ah, mais mãe tbm posso acrescentar. Agora já são 3 (ou 4) e tem muita história para atualizar.

Mas o que me trouxe aqui mesmo agora, hoje, foi que eu to muito precisando de uns novos despertares. Essa mãe aqui ta precisando muito dar uma chacolhada, fazer uma faxinona, e sem desculpas. Muito tempo fugindo, se escondendo e usando os filhos como desculpa. É hora de encarar, de me olhar mais no espelho, de respirar fundo mais vezes, de tirar velhos planos do papel, de realizar, de aproveitar, de viver ainda mais. 

Meus filhos são bençãos, são minha alegria, mas usei a maternidade como desculpa para me largar em muitos aspectos. Não culpo exatamente eles, mas me escondi na maternidade. Mesmo defendendo tanto o despertar de uma mãe, acabei cochilando comigo mesma. Despertei sim ao longo desses anos de maternidade, para várias coisas, umas levaram mais tempo, outras foram rápidas, mas foi tudo meio no arrasto da circunstancia, pouca coisa realmente buscada e absorvida. Credo, que papo mais complexo.

Bom, hoje eu to de volta. E é isso!