Porque toda mãe, acima de tudo, é mulher, tem sentimentos, medos, angústias, paixões, sonhos, frustrações, metas, desejos, vontades e precisa pensar e cuidar de si mesma um pouquinho.

segunda-feira, 9 de maio de 2022

Quem cuida da mãe?

 E ai, quem cuida da mãe?


Essa é uma questão muito interessante. A mãe diante da criança é "a grande", é quem cuida, protege. A criança nunca pode se sentir responsável por cuidar da mãe, porque senão ela ocupa um lugar que não é o dela. E quando isso acontece tudo fica confuso, até a mãe se perde em seu papel.

E como conserta? Colocando cada um no seu lugar.

Quem cuida da mãe? Deveria ser a mãe da mãe. E quando não há? Ela mesma se cuida.

Ninguém é responsável por cuidar da mãe, apenas a mãe dela. 

Ah, mas e o pai? O pai é pai da criança, não da mãe. Da mãe ele é marido, companheiro, parceiro. Mesmo se o relacionamento acaba entre o pai e a mãe, a parceria diante da criança deve continuar. Eles são iguais. Não existe um grande e um pequeno, um que cuida, um que é responsável pelo outro. Ambos se apoiam, se cuidam, se protegem, se apoiam. Pai é apoio de mãe. Apoio é diferente ser responsável por cuidar e suprir todas as áreas da mãe. A mãe cuida dela mesma. O pai é apoio apenas, esta ali do lado, as vezes até suprindo o necessário para aquela mãe viver a maternidade, mas não é sua responsabilidade suprir emocionalmente 100% aquela mãe. Se ela não consegue, precisa de ajuda sim, mas não só do pai.

E então eu levanto outra questão: quando a criança se coloca no papel de mãe da mãe, sem querer, sem saber, caiu ali e ficou. E cresceu e teve filhos. Nunca teve mãe que cuidasse, procurou em todos os relacionamentos alguém que lhe cuidasse, que suprisse aquilo que ela não tinha. E não tinha por que? Porque a mãe não deu, estava apenas recebendo, e ainda colocou na criança essa responsabilidade. E essa criança que agora é mãe de seus próprios filhos, percebe que não tem muito o que oferecer, sente que não sabe exatamente como ser mãe, afinal ser mãe de adulto criado é bem diferente de ser mãe de criança. E além disso, uma mãe que nunca recebeu, vai ter o que pra oferecer? Ela acaba por oferecer tudo o que lhe resta, afinal, seus filhos são o que há de mais importante. Mas, o tudo é pouco, eles precisam mais, não é suficiente. Essa mãe então precisa ser, mais do que nunca, mãe de si mesma. Precisa olhar pra dentro, se organizar internamente, se cuidar, se amar, suprir sozinha suas necessidades, para por fim ter o que oferecer aos seus filhos.

E os dias passam tão rápido, é tudo tão corrido, o tempo parece tão curto. Essa mãe não da conta. Na verdade ela até dá conta, mas fica sempre faltando alguma coisa, algo fica incompleto, inacabado, pendurado para fazer depois, ou até mesmo esquecido. Parece que muita coisa sempre esta sendo adiada, empurrada com a barriga. E o problema continua ali, no meio, como um elefante na sala que ninguém quer cutucar e empurrar pra fora. Acaba ficando cômodo, confortável, mesmo que apertado. E a vida vai passando.

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