Porque toda mãe, acima de tudo, é mulher, tem sentimentos, medos, angústias, paixões, sonhos, frustrações, metas, desejos, vontades e precisa pensar e cuidar de si mesma um pouquinho.

quinta-feira, 12 de maio de 2022

Gratidão por mais um dia

 Esse nao é meu horário normal de ainda estar acordada e ativa, mas estou tão cheia de gratidão que resolvi dar uma passadinha aqui.

Hoje foi um dia atipico. Acordei diferente, pensando, preocupada. Logo que sai pela manhã senti que devia me desviar do meu caminho habitual e fazer coisas diferentes. Voltei pra casa e tava pensando muito em uma amiga, um pensamento assim de preocupação. Mandei mensagem pra checar se estava tudo bem e se eu podia ajudar em algo e eis que logo recebo a resposta de que as coisas estavam um pouco difíceis hoje com 3 crianças dando mais trabalho que de costume, dois doentes e um que tinha feito xixi na cama. Ofereci para levar almoço pra ela e assim seria uma coisa a menos pra ela se preocupar. Pensei que meu dia estava tranquilo e eu teria tempo de sobra na minha manhã para preparar uma refeição bem gostoso e completa pra minha família e pra dela. Eu estava feliz e animada em poder ajudar.

Eis que então meu telefone toca, uma emergencia me chamando, precisei sair correndo. Nada com as crianças, era minha mãe, emergencia medica. Ela caiu na rua e precisava tirar raio x da mão. No fim, deu tudo certo, foi atendida, medicada e diagnosticada, nada muito grave. Mas e o almoço da amiga que eu tinha prometido. Fiquei fervilhando de pensar e tentando ter uma ideia. Nao queria mandar uma marmita. Tive a genial ideia de fazer algo mais simples, uma macarronada. Melhor do que nada, neh? Enquanto minha mãe ficou sendo atendida no medico, corri em casa e preparei tudo. Deu certo. Consegui entregar, buscar minha mãe e ainda chegar na escola a tempo de pegar as criancas sem atraso.

Voltei pra casa, coloquei minha mãe pra descansar e preparei uma refeição rápida para nós e as criancas. Rápida mas gostosa, que todos comeram bem. Ajeitei tudo e só correria, porque hoje é dia que as criancas tem aulas extras de natação, karatê e ginastica rítmica e eu me jogo com eles pra lá por varias horas e voltamos bem a noite ja na hora de dormir.

A noite, cheguei em casa e tava muito frio. E eu que ja estava pensando desde a tarde por varias coisas boas de hoje, acrescentei ainda mais muitas coisas na minha lista de gratidão hoje. E como é gostoso chegar ao final de um dia agitado, fora do normal, mas com o coração quentinho e grato por eu estar em paz, por tudo estar bem, por estarmos em casa seguros, quentinhos, por termos sido protegidos, por eu ter sido guiada a fazer o certo e o bem. Eu gosto de fechar a casa a noite e sentir que estou fechando nao só portão e a porta, mas eu visualizo que estou me trancando, me fechando, me protegendo, o mal fica lá fora, aqui nao entra o que nao precisamos. Aqui dentro estou eu e minha família protegidos, quentinhos, unidos, nada nos falta. Tem coisa melhor do que esse sentimento?

Hoje só quero tomar meu banho quentinho, deitar na minha cama gostosa e dormir tranquila. Uma noite em paz com a vida, em paz comigo mesma. E com a esperança de amanha ter um dia mais calmo, e ao mesmo tempo confiando que o dia de amanha me espera com o que eu preciso.

Gratidão. Gratidão. Gratidão. 🙏🙏🙏

segunda-feira, 9 de maio de 2022

Quem cuida da mãe?

 E ai, quem cuida da mãe?


Essa é uma questão muito interessante. A mãe diante da criança é "a grande", é quem cuida, protege. A criança nunca pode se sentir responsável por cuidar da mãe, porque senão ela ocupa um lugar que não é o dela. E quando isso acontece tudo fica confuso, até a mãe se perde em seu papel.

E como conserta? Colocando cada um no seu lugar.

Quem cuida da mãe? Deveria ser a mãe da mãe. E quando não há? Ela mesma se cuida.

Ninguém é responsável por cuidar da mãe, apenas a mãe dela. 

Ah, mas e o pai? O pai é pai da criança, não da mãe. Da mãe ele é marido, companheiro, parceiro. Mesmo se o relacionamento acaba entre o pai e a mãe, a parceria diante da criança deve continuar. Eles são iguais. Não existe um grande e um pequeno, um que cuida, um que é responsável pelo outro. Ambos se apoiam, se cuidam, se protegem, se apoiam. Pai é apoio de mãe. Apoio é diferente ser responsável por cuidar e suprir todas as áreas da mãe. A mãe cuida dela mesma. O pai é apoio apenas, esta ali do lado, as vezes até suprindo o necessário para aquela mãe viver a maternidade, mas não é sua responsabilidade suprir emocionalmente 100% aquela mãe. Se ela não consegue, precisa de ajuda sim, mas não só do pai.

E então eu levanto outra questão: quando a criança se coloca no papel de mãe da mãe, sem querer, sem saber, caiu ali e ficou. E cresceu e teve filhos. Nunca teve mãe que cuidasse, procurou em todos os relacionamentos alguém que lhe cuidasse, que suprisse aquilo que ela não tinha. E não tinha por que? Porque a mãe não deu, estava apenas recebendo, e ainda colocou na criança essa responsabilidade. E essa criança que agora é mãe de seus próprios filhos, percebe que não tem muito o que oferecer, sente que não sabe exatamente como ser mãe, afinal ser mãe de adulto criado é bem diferente de ser mãe de criança. E além disso, uma mãe que nunca recebeu, vai ter o que pra oferecer? Ela acaba por oferecer tudo o que lhe resta, afinal, seus filhos são o que há de mais importante. Mas, o tudo é pouco, eles precisam mais, não é suficiente. Essa mãe então precisa ser, mais do que nunca, mãe de si mesma. Precisa olhar pra dentro, se organizar internamente, se cuidar, se amar, suprir sozinha suas necessidades, para por fim ter o que oferecer aos seus filhos.

E os dias passam tão rápido, é tudo tão corrido, o tempo parece tão curto. Essa mãe não da conta. Na verdade ela até dá conta, mas fica sempre faltando alguma coisa, algo fica incompleto, inacabado, pendurado para fazer depois, ou até mesmo esquecido. Parece que muita coisa sempre esta sendo adiada, empurrada com a barriga. E o problema continua ali, no meio, como um elefante na sala que ninguém quer cutucar e empurrar pra fora. Acaba ficando cômodo, confortável, mesmo que apertado. E a vida vai passando.

sábado, 7 de maio de 2022

Escolhi EU

 Véspera de Dia das Mães, nada melhor do que escrever um pouquinho.

Estava aqui pensando sobre o meu processo de cura e resolvi compartilhar.

Todos nós precisamos de cura emocional, todos nós temos algo em nosso subconsciente que atrapalha um pouco nossa vida, o nosso consciente. Não é possível que exista um ser humano que tenha somente  memórias de uma vida e infância perferitas, que tenha tido uma criação sem erros, sem traumas, sem nada de errado. Isso não existe. Nem mesmo quem trilha o caminho do autoconhecimento e descobre como fazer certo com os filhos, nem assim consegue acertar em todas as coisas. Erraram conosco e nós vamos continuar errando, e nossos filhos também errarão com seus filhos. E todas as tentativas são sempre com a intenção de acertar, e ta tudo bem, tudo certo. Ninguém é perfeito e nem tem que ser. O que não é essa vida senão um eterno aprendizado. Os tempos mudam, as crianças mudam, a criação muda, e sempre vai ter algo a ser corrigido. Enfim....

Voltando ao que eu queria falar.

Por que eu comecei a buscar cura?

Porque um belo dia eu percebi que precisava dar mais pro filho, e eu não tinha mais. Eu precisava de mais espaço dentro de mim para a maternidade como um todo, e não tinha. Tinha bagunça, tinha falta de conhecimento sobre ser mãe...ou talvez esse nem seja o jeito certo de falar, porque conhecimento a gente corre atras, hoje tem a internet com tudo. Não era bem isso. Eu não tinha muito parâmetro de maternidade pros dias de hoje, pro meu filho, eu não tinha um norte, sei la. Faltava algo. Emocionalmente eu não estava disponível para ele. E nesse processo veio a depressão, o pânico e meio que uma loucura junto. Nas minhas piores crises eu pensava o que estava fazendo aqui, como Deus tinha me concedido filhos se eu não tinha condições nenhuma de ama-los e cria-los, e atender suas necessidades emocionais. Então, vamos buscar a cura, porque esses pensamentos não são normais e certos de se ter, especialmente quando vc tem seres pequenos que dependem de você. Bora ser saudável e parar de loucuras! Então eu comecei a minha caminhada. Não tinha ideia nenhuma de qual caminho me levaria para algum ligar diferente de onde eu estava, mas eu precisava começar, dar um passo em qualquer direção e depois descobrir se era a direção certa. Na verdade, o primeiro passo foi a negação, por um tempo eu tentei me convencer de que eu não tinha nada e que eu podia sair sozinha, so prestar atenção. Lembro ate que naquele ano eu comecei com uma meta de ter muito foco nos meus filhos, de ignorar todo o resto e prestar atenção em suas necessidades. Mas foi tão difícil, porque parecia que quanto mais eu tentava, mas eu caia e focava em mim mesma, mais o alvo virava pra mim, mais eu ficava doente, mas eu me sentia vitima das situações, mais eu precisava chamar a atenção, etc.

Demorou muito para eu entender que o negocio era mais serio, e que sozinha não tinha como eu sair do buraco, que ficava cada vez mais embaixo. Hoje quando lembro desse tempo...eu nem gosto de lembrar. A primeira ajuda que eu encontrei foi na homeopatia. E valeu a pena. Foi lento, depois de um tempo começou a me levar pra outro lado que não gostei e parei, mas o principio valeu muito por dois motivos: primeiro que minhas bolinhas homeopáticas manipuladas era de uma substancia que tinha uma lenda por trás do nome e ao pesquisar sobre eu descobri um artigo (em inglês) de 19 paginas que me descreviam. Fiquei chocada, mas certa de que estava no caminho certo. Segundo porque foi na mesma época que minhas crises de vesícula se intensificaram e eu precisava entende-las, e meu homeopata me convenceu de que era emocional, e que eu precisava me curar antes de remover a vesícula. Pois bem, em seguida, um soma de perdas intensificou muito as minhas crises de depressão e pânico e decidi procurar ajuda de psiquiatra e remédios. Os remédios me deixaram muito grogue por um mês, e quando tive a esperança de que ia começar a fazer melhores efeitos depois de quase um mês de uso, descobri que estava gravida e tive que parar com tudo. Hoje sou grata por isso, pela minha filha que veio, e por ter parado com o remedio que não era pra mim. A caminhada foi longa ate chegar em como estou hoje, sem remédios e sem crises de pânico. Teve microfisioterapia, nova medicina germânica, constelação familiar, livros, busca por autoconhecimento, cursos e hipnose.

Tudo isso pra chegar no ponto em que eu estava pensando agora pouco. A cura é um processo. Eu não estou curada. Apesar de não precisar de remedio e de não estar fazendo terapia regularmente, o processo ainda esta acontecendo, eu preciso estar me policiando constantemente e observando tudo o que sinto, como eu reajo, como eu lido, o que me afeta e tudo mais. É cansativo, exaustivo as vezes, mas muito necessário para não regredir. E hoje, nesse dias das Maes, eu resolvi fazer algumas escolhas diferentes, algumas renuncias, e me colocar numa posição diferente. Eu resolvi fazer diferente, olhar mais pra mim, pra dentro, aceitar e atender os meus desejos, acreditar que eu mereço, que eu tenho valor, que eu sou boa, que eu sou MÃE também e mais que isso...dar isso de presente para os meus filhos: a mãe deles se cuidando, se amando, se preocupando e se colocando em prioridade. É o meu dia das Maes em que eu mesma resolvi me presentear. E o meu presente que eu me dou é não querer resolver tudo, é deixar que outras pessoas também resolvam, é fazer o bolo gostoso que me deu vontade de comer, é andar na frente e não atras como de costume, é comer pizza no cafe da manha e sorvete no almoço, é olhar no espelho e me aprovar, é me expressar sem medo do que vão pensar, é andar de cabeça erguida sem me preocupar se tem alguém me olhando e o que estão pensando, é andar confiante e de bem comigo mesma, é dizer não quando não quero, e dizer muito sim para o que eu quero.

E que esse seja um exercício que eu comece a praticar mais. E que vc, mãe, que esta ai do outro lado, tente fazer também!!!