Porque toda mãe, acima de tudo, é mulher, tem sentimentos, medos, angústias, paixões, sonhos, frustrações, metas, desejos, vontades e precisa pensar e cuidar de si mesma um pouquinho.

sábado, 7 de maio de 2022

Escolhi EU

 Véspera de Dia das Mães, nada melhor do que escrever um pouquinho.

Estava aqui pensando sobre o meu processo de cura e resolvi compartilhar.

Todos nós precisamos de cura emocional, todos nós temos algo em nosso subconsciente que atrapalha um pouco nossa vida, o nosso consciente. Não é possível que exista um ser humano que tenha somente  memórias de uma vida e infância perferitas, que tenha tido uma criação sem erros, sem traumas, sem nada de errado. Isso não existe. Nem mesmo quem trilha o caminho do autoconhecimento e descobre como fazer certo com os filhos, nem assim consegue acertar em todas as coisas. Erraram conosco e nós vamos continuar errando, e nossos filhos também errarão com seus filhos. E todas as tentativas são sempre com a intenção de acertar, e ta tudo bem, tudo certo. Ninguém é perfeito e nem tem que ser. O que não é essa vida senão um eterno aprendizado. Os tempos mudam, as crianças mudam, a criação muda, e sempre vai ter algo a ser corrigido. Enfim....

Voltando ao que eu queria falar.

Por que eu comecei a buscar cura?

Porque um belo dia eu percebi que precisava dar mais pro filho, e eu não tinha mais. Eu precisava de mais espaço dentro de mim para a maternidade como um todo, e não tinha. Tinha bagunça, tinha falta de conhecimento sobre ser mãe...ou talvez esse nem seja o jeito certo de falar, porque conhecimento a gente corre atras, hoje tem a internet com tudo. Não era bem isso. Eu não tinha muito parâmetro de maternidade pros dias de hoje, pro meu filho, eu não tinha um norte, sei la. Faltava algo. Emocionalmente eu não estava disponível para ele. E nesse processo veio a depressão, o pânico e meio que uma loucura junto. Nas minhas piores crises eu pensava o que estava fazendo aqui, como Deus tinha me concedido filhos se eu não tinha condições nenhuma de ama-los e cria-los, e atender suas necessidades emocionais. Então, vamos buscar a cura, porque esses pensamentos não são normais e certos de se ter, especialmente quando vc tem seres pequenos que dependem de você. Bora ser saudável e parar de loucuras! Então eu comecei a minha caminhada. Não tinha ideia nenhuma de qual caminho me levaria para algum ligar diferente de onde eu estava, mas eu precisava começar, dar um passo em qualquer direção e depois descobrir se era a direção certa. Na verdade, o primeiro passo foi a negação, por um tempo eu tentei me convencer de que eu não tinha nada e que eu podia sair sozinha, so prestar atenção. Lembro ate que naquele ano eu comecei com uma meta de ter muito foco nos meus filhos, de ignorar todo o resto e prestar atenção em suas necessidades. Mas foi tão difícil, porque parecia que quanto mais eu tentava, mas eu caia e focava em mim mesma, mais o alvo virava pra mim, mais eu ficava doente, mas eu me sentia vitima das situações, mais eu precisava chamar a atenção, etc.

Demorou muito para eu entender que o negocio era mais serio, e que sozinha não tinha como eu sair do buraco, que ficava cada vez mais embaixo. Hoje quando lembro desse tempo...eu nem gosto de lembrar. A primeira ajuda que eu encontrei foi na homeopatia. E valeu a pena. Foi lento, depois de um tempo começou a me levar pra outro lado que não gostei e parei, mas o principio valeu muito por dois motivos: primeiro que minhas bolinhas homeopáticas manipuladas era de uma substancia que tinha uma lenda por trás do nome e ao pesquisar sobre eu descobri um artigo (em inglês) de 19 paginas que me descreviam. Fiquei chocada, mas certa de que estava no caminho certo. Segundo porque foi na mesma época que minhas crises de vesícula se intensificaram e eu precisava entende-las, e meu homeopata me convenceu de que era emocional, e que eu precisava me curar antes de remover a vesícula. Pois bem, em seguida, um soma de perdas intensificou muito as minhas crises de depressão e pânico e decidi procurar ajuda de psiquiatra e remédios. Os remédios me deixaram muito grogue por um mês, e quando tive a esperança de que ia começar a fazer melhores efeitos depois de quase um mês de uso, descobri que estava gravida e tive que parar com tudo. Hoje sou grata por isso, pela minha filha que veio, e por ter parado com o remedio que não era pra mim. A caminhada foi longa ate chegar em como estou hoje, sem remédios e sem crises de pânico. Teve microfisioterapia, nova medicina germânica, constelação familiar, livros, busca por autoconhecimento, cursos e hipnose.

Tudo isso pra chegar no ponto em que eu estava pensando agora pouco. A cura é um processo. Eu não estou curada. Apesar de não precisar de remedio e de não estar fazendo terapia regularmente, o processo ainda esta acontecendo, eu preciso estar me policiando constantemente e observando tudo o que sinto, como eu reajo, como eu lido, o que me afeta e tudo mais. É cansativo, exaustivo as vezes, mas muito necessário para não regredir. E hoje, nesse dias das Maes, eu resolvi fazer algumas escolhas diferentes, algumas renuncias, e me colocar numa posição diferente. Eu resolvi fazer diferente, olhar mais pra mim, pra dentro, aceitar e atender os meus desejos, acreditar que eu mereço, que eu tenho valor, que eu sou boa, que eu sou MÃE também e mais que isso...dar isso de presente para os meus filhos: a mãe deles se cuidando, se amando, se preocupando e se colocando em prioridade. É o meu dia das Maes em que eu mesma resolvi me presentear. E o meu presente que eu me dou é não querer resolver tudo, é deixar que outras pessoas também resolvam, é fazer o bolo gostoso que me deu vontade de comer, é andar na frente e não atras como de costume, é comer pizza no cafe da manha e sorvete no almoço, é olhar no espelho e me aprovar, é me expressar sem medo do que vão pensar, é andar de cabeça erguida sem me preocupar se tem alguém me olhando e o que estão pensando, é andar confiante e de bem comigo mesma, é dizer não quando não quero, e dizer muito sim para o que eu quero.

E que esse seja um exercício que eu comece a praticar mais. E que vc, mãe, que esta ai do outro lado, tente fazer também!!!

Nenhum comentário:

Postar um comentário